Desde os primórdios, com GURPS, que eu sou apaixonado por aventuras de super-heróis. Independente do peso das regras dos sistemas, eu adorava ficar horas e mais horas fazendo fichas de personagens. Depois de GURPS Supers eu joguei DC Superheroes, Mutantes e Malfeitores, Marvel da TSR, Marvel no sistema Saga e li com muito entusiasmo o Marvel Heroic RPG da Margaret weis, mas confesso que nada me cativou mais do que o ICONS, lançado no Brasil pela Red Box.

Concatenando minha falta de tempo livre, com meu gosto pelo minimalismo (menos é mais) e o apreço que tenho pelo bom trabalho da editora Red Box e do grande Steve Kenson, posso dizer que ICONS caiu como uma luva para mim.

Embora o sistema seja enxuto, rápido e competente em fazer o que se propõe, como um bom mestre OSR, eu nunca fico 100% satisfeito enquanto não arregaçar minhas mangas e meter alguma regra caseira no meio do balaio.  Na verdade, é justamente por isso que esta coluna existe e hoje eu a inauguro com uma regra caseira simples, mas bem no clima de ICONS.

O herói do título

Levando em conta que ICONS usa nomenclatura de quadrinhos o tempo todo, chegando a chamar Sessão de Edição, Turno de Quadrinho e Rodada de Página, eu acho que não seria nada de mais se identificássemos em qual Título a aventura está rolando. Pode parecer inútil, mas se considerarmos a resposta de Stan Lee sobre quem venceria numa luta entre Batman e Capitão América, veremos que identificar o “dono da revistinha” pode fazer algum sentido.

“Sempre que alguém lhe pergunta quem ganharia em uma luta, a única resposta correta é que depende de quem está escrevendo a história.” Stan Lee

 

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Homenagem de Pedro Figueiredo ao mestre Stan Lee.

Definindo o dono do título

Falando em termos de jogo, no início de cada Edição, o mestre decidirá aleatoriamente (com dados, purrinha, adedanha etc) em qual revista a ação se desenrolará, pode ser na revista do super-grupo, mas esta regra se aplica somente aos títulos individuais.

Veja bem, não estamos falando aqui sobre determinar um protagonista ou o centro das atenções, mas apenas uma forma de incrementar a imersão no cenário de jogo. Os jogadores devem ser incentivados a registrarem as coisas que aconteceram nas suas linhas de HQ particulares!

Os benefícios

O jogador que interpretar o personagem dono do título deverá escolher 2 benefícios dos 3 abaixo:

  • Ao longo da Edição contará com a Condição temporária “Essa HQ é minha!”, que poderá utilizar como um coringa uma vez por Capítulo.
  • Apenas uma vez na Edição inteira poderá ativar a Condição temporária “Essa HQ é minha!” de forma livre, sem consumo de Determinação ;
  • O personagem não perde Determinação permanente caso precise de um Retcon para ressuscitar ao longo da Edição.

Os riscos

O dono do título também assume riscos  maiores em sua HQ. Sendo assim, o narrador é incentivado a usar os elementos que giram em torno do personagem quando for determinar alguma coisa de ruim. O idoso pego de refém pelos bandidos será o avô do personagem, assim como a casa que será atingida por um raio será da família do personagem e o vilão inusitado que surgirá na aventura será o nemesis do personagem.

A continuação…

Caso a sessão de jogo termine no meio da história o narrador deverá realizar um novo sorteio para decidir em qual título a história será concluída. Isso é comum nos quadrinhos, lembra dos asteriscos malditos que apontavam para notas de rodapé que sempre citavam alguma coisa que ocorreu em uma outra HQ que você não tinha!? É isso!

Vale excluir o atual dono da HQ para que todos possam passar pela experiência. Além disso, caso a frequência do jogo seja esparsa ou as sessões muito longas, o narrador pode considerar a idéia de alterar o título no meio do jogo, como se rolassem uma história em 2 edições de títulos distintos.

Bom, é isso! Me digam o que acharam e melhor, compartilhem nos comentários as regras caseiras que utilizam em ICONS.

Abraço a todos os super-herois de plantão.

PEP

 

 

 

 

 


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