Este post foi totalmente idealizado e escrito por Mônica de Faria

RPGista, mãe e matadora de Tarrasque nas horas vagas!

Obrigado por colaborar com a Guilda dos Mestres

 

Dia 08 de janeiro de 2018 comecei a mestrar uma mesa online no cenário Thordezilhas do sistema Old Dragon. Tudo começou porque os membros do grupo, após a ventura do ODDay 17 – Caçada das Terras Gélidas, adoraram e me pediram para narrar também a aventura do ODDay 16 – A Maldição da Garra da Mantícora. O pessoal nunca havia jogado Old Dragon antes, se mostraram interessados e eu imediatamente topei.

Comecei a revisar e preparar a aventura e tive um feedback bem maior e melhor que o esperado: escolheram os personagens prontos e ampliaram muito seus BGs e motivações, houve empolgação. Comecei a ler Thordezilhas com mais atenção. Nunca gostei muito dos livros de cenários, não que não sejam bons, mas sempre achei enfadonhos de ler, meio livros de geografia e tal.

Com Thordezilhas tive uma experiência diferente, encontrei referências históricas, de literatura, filosóficas e muita fantasia, o cenário tem alma própria. Me apaixonei completamente!

Minha nova paixão, motivada pelo envolvimento dos jogadores me fizeram optar por fazer uma campanha, não somente A Maldição da Garra da Mantícora (que será inserida na campanha), mas uma história maior exigindo mais esforço.

Primeiramente decidi que seria uma campanha de exploração, não uma railroad (apesar de alguns trechos sejam). Já que me abri aos desafios, vamos enfrenta-los! Deixei claro aos jogadores que estou aberta à ideias e improvisos, que inventem informações dos seus personagens (dentro de um bom senso, usarei ou não essas criações), que peguem ou não ganchos e que eles mesmos criem ganchos durante as sessões. Será difícil, mas assumi a responsabilidade.

Logo criei uma capitã NPC e uma embarcação da qual os jogadores farão parte da tripulação. Engraçado que poucos dias após eu criar o meu foi lançado o suplemento colaborativo Esquadra dos Malfeitores pela Guilda dos Mestres, organizada pelo PEP. Cheguei tarde, uma pena, mas usarei muito o suplemento que já está colaborando muito para a construção da minha campanha. Ainda assim, para o texto de criação do Víbora Escarlate, contei com o auxílio e revisão do meu amigo/irmão Marcelo Gonçalves e do grande Sensei Luiz Claudio Gonçalves, o autor de Thodezilhas!

Dentre os jogadores, quatro escolheram personagens prontos do ODDay 16  – Allister (Marcelo), Anike (Lucas), Flint (Bruno) e Qüeni (Renato) – e os incrementaram bastante, enquanto outros dois criaram seus os próprios – Alexander, ladrão (Natan); Macário, mosqueteiro (Pedro). Feitos os preparativos, dadas as instruções, a primeira aventura começou!

Vamos marujos, naveguemos ao que interessa!

Capítulo 1 – O Segredo da Condessa Joana

Meu objetivo nessa primeira sessão era mais de ambientação, não queria combates longos e épicos, mas que os jogadores e personagens se conhecessem. Faço isso, pois valorizo muito o roleplay. Também queria colocar um dilema (que o resultado me surpreendeu), ver como eles reagiriam a certas situações de decisão, para eu conhecer os personagens de meus jogadores. Funcionou.

Comecei a sessão com uma abordagem naval fácil. Assim, combate direto e sem tempo pra bate papo. O Víbora Escarlate ainda tentava, mas já estava conseguindo, emparelhar com a nau mercante lusitana Glória.

Para a abordagem optei pela seguinte forma: a capitã (NPC) dava as ordens a serem seguidas, determinando a iniciativa. Caso alguém não tenha sido citado durante as ordens, fica ao final da iniciativa. Durante seu turno, o jogador é livre para fazer ação determinada ou outra qualquer, a escolha da ação e seu sucesso ou não afetam uma escala de moral em relação à capitã. Antes de começar a campanha, em conjunto com os jogadores, dei uma função para cada um dentro do navio (imediato, timoneiro, canhoneiro, gajeiro etc), isso facilitou a distribuição das ações. Em três turnos conseguiram fazer a abordagem de forma fácil e criativa.

Coloquei desafio mais baixo que o nível do grupo, pois tinha a intenção de fazer a abordagem ser demasiadamente fácil e funcionou bem, venceram a batalha com muita facilidade, matando todos os combatentes e capturando o clérigo que estava a bordo conforme instruído pela capitã. Cinco dos jogadores participaram da batalha, enquanto outro, um dos ladrões, que tem uma função de informante do grupo, não estando sempre com os outros, subiu no Glória sozinho pelo lado contrário do ataque. O ladrão – Alexander, personagem do Natan – tinha a informação de que o navio lusitano não carregava apenas mercadorias.

Resultado de imagem para pirate combat

Velinov conseguiu capturar a essência dos ataques piratas.

Dentro do navio, três dos jogadores desceram do convés para explorar, lá encontraram o ladrão e houve tensão e pvp entre Flint – personagem do Bruno – e Alexander (apenas um dos jogadores que estavam no navio sabiam da existência do ladrão) que precisou da “interferência da mestra” para ser resolvido. Após isso, chegaram ao clímax e plot da sessão: dentro de uma cabine, encontraram uma Condessa que escondia uma pequena caixa. Na caixa havia dois mapas e uma peça metálica que poderia ser uma chave.

A Condessa pede ajuda tentando “comprar” a tripulação: oferece pagamento para que a levassem até uma ilha onde encontraria provas de que seu primo, o Duque de Chaves, é um herege, não tendo direito ao ducado. Parte do pagamento seria na ilha e parte quando a ajudassem a derrubar o Duque. Então fiz a minha parte de “advogada do diabo”: a capitã sugeriu matar a condessa e que fossem atrás das provas para subornar o Duque. O meu propósito era criar um dilema entre os jogadores quanto à decisão a ser tomada, duvidando das ideias radicais da capitã. Sinceramente, imaginava que fossem aceitar a súplica da Condessa.

Então o mago – Allister, personagem do Marcelo – decide levar a Condessa a bordo, mas chegando ao convés a executa, o que impulsiona Macário – personagem do Pedro – a executar o clérigo após tê-lo torturado. Isso foi uma surpresa pra mim, mas me coloquei exatamente disposta a isso nessa campanha: acatar qualquer improviso e ter metas flexíveis. Funcionou.

Por fim, os personagens não conseguiram ler os mapas e zarparam para um porto próximo a fim de obterem informações. Finalizei a sessão com um drinking game bem descontraído (deu muito certo).

 

Diário de bordo da capitã

Ser adepta ao improviso é muito legal, mas também tem suas dificuldades, pois os rumos do jogo podem mudar repentinamente. Deixei os jogadores livres para inventarem informações e assim o fizeram, o que me deu mais trabalho para inserir isso no jogo ou contornar como um falso rumor. Ainda assim, está valendo a pena e o retorno foi muito positivo!

Para completar, escrevo um diário de bordo da capitã Míriel, mostrando os eventos sob ponto de vista da NPC. Segue abaixo o PDF (2 páginas) com o diário da capitã falando sobre os acontecimentos que se desenrolaram na primeira sessão desta campanha.

Download: GDM-Diario-Vibora-Escarlate.pdf (410 downloads)

 

Assim terminamos este reporte de campanha

Esperamos que tenham se animado seus cães sarnentos!


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