Entre se tiver coragem, mas não confie muito nos rumores!

Saudações roladores de dados!

No post de hoje conversaremos sobre megamasmorras. Hã? Como assim megamasmorras?

Remetendo as origens do nascimento dos jogos de mesa, a invasão a um castelo ou ruínas era o foco. Então, as sessões giravam em função da exploração de uma construção desconhecida, onde cada sala abrigava armadilhas, monstros e tesouros em uma variável maluca.

“Ah, então é sobre chutar a porta, bater no monstro e pilhar o tesouro?”

Não. Amiguinho, está longe disso. O “mindset” de um jogo deste gênero é tão complexo quanto qualquer outro estilo.

Nele conheceremos a história da construção, do ambiente ao seu redor, as facções e comunidades que ali habitam, a geografia do local e mais importante, sua economia. A mesa começa geralmente sem muita informação sobre o que há na construção, nada além de promessas de tesouros e glória aguarda aqueles que entrarão nesta rota.

É uma oportunidade de pensar fora da caixa e resolver problemas de forma não usuais, já que nem sempre a abundância de recursos se fará presente.

Portanto, esse estilo de jogo é famoso na comunidade OSR e apresenta espasmos nos jogos da nova geração, flertando com o gênero hexcrawl.

A filosofia por trás do escudo

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Do lado do mestre, um jogo focado em explorar algo deste tipo é de um grande desafio, já que a construção da masmorra muitas vezes pode ser cansativa e o controle de informações tornar um caos nas notas do mestre do jogo.

Não haverá direcionamento para os jogadores, será apenas a aquisição de rumores, lendas e ganância que motivará os jogadores. Logo, a habilidade de tornar o mundo de jogo vivo é importante, exigindo diversas habilidades da parte daquele que fica atrás do escudo.

As descrições devem ser precisas e utilizar os cinco sentidos dos personagens para tornar a experiência completa, caso contrário recairá no vício dos jogos de computador que muitas vezes se tornam um processo repetitivo.

Para aqueles que anseiam glória e ourohttps://i0.wp.com/1.bp.blogspot.com/-JE40RKvxass/U59hHhJLzhI/AAAAAAAAG5w/-er_Vt9qMxU/w1200-h630-p-k-no-nu/rappan-athuk.jpeg?resize=373%2C198

Já para aqueles que serão os desbravadores do desconhecido deverão manter sempre o foco, já que as diversas opções de um jogo de mundo aberto podem causar confusão caso o grupo queira tratar diversas frentes ao mesmo tempo.

A manutenção das informações é vital! Desde excertos de livros que foram traduzidos pelo mago, as verdades reveladas ao clérigo ao orar, as lendas cantadas por menestréis e as loucuras balbuciadas por velhos loucos. E veja bem, nem sempre as informações serão precisas ou verdadeiras, cabe ao grupo decidir que rumos tomar diante da indecisão.
Nem sempre o objetivo final será revelado cedo. Talvez um mistério ali habite além de tesouros.

Quais os impactos dos jogadores gastando tanto dinheiro em vilarejos e cidades? Outros grupos de mercenários vão ser atraídos? Comerciantes de terras distantes trarão novidades misteriosas? A escuridão e contato constante com monstros bizarros enlouquecerá os personagens?

Como lidar com a morte dos personagens? E os servos e contratados sobreviventes? O que farão com o ouro acumulado?  Há muito a ser discutido com o passar das sessões.

Aonde quero chegar você se pergunta…
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A muito meu coração pedia uma exploração a uma megamasmorra. Recentemente comecei esse sonho reunindo um novo grupo para tal empreitada. Barrowmaze é o desafio que meus jogadores enfrentarão. Três começaram e na próxima sessão mais três se juntarão a comitiva ainda sem nome.

E diversos grupos podem explorar a megamasmorra ao mesmo tempo. A construção da ideia permite isso! Um mundo vivo, nada melhor para dar cor a uma ambientação.

Com muita informação e descrições sobre a ideia de jogo, este livro alivia quase que totalmente meu papel como juiz do jogo. Portanto, nada de horas desperdiçadas preparando dezenas de informações, já que ao ler o livro algumas vezes tenho familiaridade com o que é esperado acontecer.

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Devido a diversidade desse tipo de material, é fácil começar a jogar esse estilo de jogo sem muita dor de cabeça.

Hoje temos Rappan Athuk, Stonehell Dungeon, Barrowmaze, Castle Greyhak, Anomalous Subsurface Environment, Castle of the Mad Archmage e Castle Zagyg: The upper works figurando como as possibilidades de jogo. Isso só para começar. O RPG passa por um boom de escritores e pequenas editoras, precisamos nos aproveitar disso.

Ler resenhas de materiais é muito importante para identificar aquilo que você deseja comprar para sua mesa de jogo.

Infelizmente a abundância desse tipo de material na nossa língua materna é ausente, a língua inglesa ainda prevalece nesse quesito. Mas nada impede de você desenvolver a sua própria megamasmorra com uma história por trás e atiçar seus jogadores com a promessa de recompensas lendárias que habitam aquela região misteriosa…

Então, a contar da próxima semana abordaremos os aspectos dentro de jogo e regras opcionais para consolidar o estilo de jogo.

E aí? Está preparado?

Então pegue sua espada, tocha e picareta para encarar o próximo desafio que vos aguarda.

 

O Cérebro no Jarro

 


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