Que tal um jogo de tabuleiro focado na segunda guerra mundial?

*dramatic Spielberg songs*

“A Segunda Grande Guerra tomou incontáveis vidas, mas algo que parecia que não teria fim mudou em apenas um dia em uma praia isolada…quando uma armada italiana roxa ao som de Village People se aproximou da costa Índia. Não, pera!”

o olhar sereno de quem adora o cheiro de napalm pela manhã.

No board game Quartermaster General cada jogador assume a função de um general de logística de suprimentos das grandes nações envolvidas na 2ª Guerra Mundial, de um lado o Eixo Alemanha, Itália e Japão, do outro os aliados EUA, URSS, e Inglaterra.

Mesmo sendo um jogo que o tema é a guerra não se pode definir este como wargame,: não há dados, tabelas, ou movimentos táticos em campo de batalha, as miniaturas são apenas os meeples de madeira representando carros de combate, barcos e aviões.

O jogador resolve suas ações apenas posicionando as unidades no mapa, com fim de criar uma linha de suprimentos, com a finalidade de acumular pontos, e usando um baralho limitado (que representa seu poderio estrutural, econômico e bélico) com efeitos variados para aumentar esses pontos, deter ações dos adversários ou ajudar os jogadores aliados.

 

 

No entanto, isso não diminui em nada a diversão ou imersão na temática guerra, é muito bem sucedido nesse sentido, de forma simples e dinâmica o jogo flui rápido e você se pega pensando como agiria com a nação que seus aliados ou adversários estão usando. Sendo bem provável que emende uma partida na outra, tendo em vista que o jogo é bem rápido para os padrões (uma hora no máximo), mesmo que seja uma seção inicial, logo, este verá muitas mesas.

Quanto à jogabilidade, os seis países principais envolvidos na segunda guerra formam os dois lados (EUA-Inglaterra-Rússia vs Alemanha-Itália-Japão). Assim, este não é apenas um jogo para dois jogadores, ele pode ser usado também para até seis jogadores (três de cada lado), mas com cada jogador com um país diferente, e cada uma dessas nações tem características próprias que vão se manifestar pelos efeitos do baralho ou pelas reserva de unidades.

 

 

Esse baralho inclusive demonstra a atenção dada pelos designers aos detalhes históricos, pois representa bem o poderia militar de cada nação na época. Mas como funciona este baralho? A jogada de cada país é gerenciada pelo próprio baralho de cartas, sendo o deck de cada país muito diferente um do outro, tanto em tamanho (do japão é pequeno) como em conteúdo. Apesar desse desequilíbrio no deck, o design individual de cada país garante condições equitativas para os países menores e, em geral, um jogo equilibrado entre os dois lados.

 

 

Quanto ao conteúdo dos decks, o que os países compartilham em comum são os mesmos oito tipos de cartas:

– Cada nação tem cartões para construir armada e exército;

– Cada um tem cartas para realizar batalhas terrestres e marítimas;

– Cada um tem cartões de Economic warfare (eles representam a destruição do poder industrial de um país por meio de atividades como bombardeios estratégicos por exemplo. O dano é imposto pelo oponente descartando uma série de cartas);

– Cada país tem cartões “Event!” (que normalmente se manifestam como couters ou buffs para ataques);

– Cada um tem cartões “Status!” (Geralmente persistentes uma vez jogados e permitem que um jogador aproveite determinadas condições do jogo à medida que surgem ou continuam);

– Cada país (com exceção da Alemanha e dos EUA) tem “Response” Os cartões (como o nome indica, permitem que um jogador responda a determinadas ações para o seu, ou em nome de um país amigável.

 

O jogo termina após 20 rodadas de turnos, o lado que tiver acumulado mais pontos ganha.
Eu não gosto de sistemas de pontuação, porém ela combina com a temática “logística dos suprimentos, quando mais rounds você deixa a linha de suprimentos inteira, mais pontos você acumula. A pontuação é gerenciada através de um sistema aditivo, ou seja, a pontuação do seu lado só pode aumentar e nunca diminuir. Logo, você passa o jogo inteiro tentando acumular pontos, e mais, cortar a linha de suprimento dos inimigos para sufocar os pontos isolados, diminuindo a acumulação de pontos naquele round ou cessado se for bem sucedido.

Quanto a experiência final eu gostei um bocado de Quartermaster General, é fácil e divertido, tendo regras nada complexas, tem um design muito sólido com muita profundidade histórica, todavia, me peguei em alguns momentos tendo vantagem sobre jogadores que não são muito interessados em história (pasme, um cara tentou invadir a Rússia três vezes com a Alemanha!). Mas cada round e rodada é bem célere, tornando jogo quase frenético, a sensação prazerosa de cortar a linha de suprimento com um ataque ou evento é demais.

Por fim, recomendo fortemente o jogo, ele pode ser encontrado no mercado americano com o valor de 150 à 200 reais. Detalhe que existe uma expansão stand alone que foca na guerra fria, que infelizmente não sei se terei a oportunidade de testar.

 


Publicidade