Hey jovens!
Hoje seu arrombado favorito, traz mais uma entrevista com um artista no nosso nicho RPGístico.
Com vocês, a voz mais sexy do Rio de Janeiro, Bernardo Frederico Hasselmann.
1) Fale um pouco sobre você e o seu trabalho.
Falar sobre mim mesmo é sempre algo difícil, mas vamos lá! Eu sou Bernardo Hasselmann, um aficionado por jogos de RPG, bem como um apreciador fervoroso das artes produzidas neste meio. Tenho também grande interesse por Educação, Design de Jogos, História e qualquer outro assunto que eu possa relacionar ao meu hobby predileto. Trabalho há 3 anos como ilustrador freelancer focado em temas de fantasia e ficção, desde capas para romances até personagens e cenas que ilustram o interior de um livro de RPG. Sempre que posso, atendo fãs de meu trabalho que gostariam de ter um personagem pessoal ilustrado. Meu interesse mais recente está na criação de material visual para jogos de tabuleiro virtuais, principalmente personagens, que vendo em plataformas como o Roll20.
2) Quais foram os principais artistas que influenciaram o seu trabalho?
Quando comecei a estudar arte, lá em 2009, minhas principais influências eram artistas japoneses, como os designers de personagens Yoshitaka Amano (primeiros jogos da franquia Final Fantasy), Tomomi Kobayashi (Romancing Saga e Saga Frontier), Ayami Kojima (Castlevania), Yoji Shinkawa (Metal Gear) e Akihiko Yoshida (Final Fantasy Tactics e outros). O primeiro ilustrador ocidental por quem me apaixonei for Tony DiTerlizzi, graças às artes feitas para os livros do cenário de campanha de AD&D, Planescape. A partir daí, tomei vergonha na cara, e aprendi o nome de todos os artistas de fantasia e ficção cujo trabalho eu apreciava: Todd Lockwood, Justin Sweet, Moebius, Greg Manchess… E não posso, é claro, me esquecer de dois quadrinistas que amo: Mike Mignola e Frank Miller. Atualmente tenho acompanhado de perto Thomas Scholes e seu processo modular de ilustração e design. Em suma: já me inspirei em tantos artistas que não consigo mais discernir qual me influenciou mais!
3) Como começou a desenhar profissionalmente?
Eu não comecei minha vida profissional como ilustrador. Lembro que quando eu era criança, meu sonho era me tornar um desenhista. Mas aí vem um adulto e diz que você poderia ser um arquiteto. E um outro, sabendo que você agora quer ser arquiteto, recomenda que vire um engenheiro. Todos muito bem intencionados, sugerindo que eu me enquadrasse em um perfil mais conservador e vivesse de forma segura e estável. Dominado por esta lógica, optei pelo curso de Ciência de Computação, uma vez que também tinha (e ainda tenho) grande interesse por jogos digitais. Ao mesmo tempo que iniciei a faculdade, iniciei um curso de Mangá com a maravilhosa Sylvia Feer. Comecei então a questionar minha escolha profissional, logo no começo do curso, que terminei após longos e torturantes anos. Nesse meio tempo, trabalhei como tradutor (2 anos) e professor (8 anos) na Moleque de Ideias, um ambiente de aprendizagem livre para crianças, que me ajudou muito a me reconectar com esse meu eu de 4 anos que amava desenhar. Nisso, conheci o ilustrador Ricardo Guimarães, com quem tive aulas de arte digital, que me ajudaram a entender melhor o que seria requerido de mim se eu optasse por seguir carreira como ilustrador profissional. Por fim, em 2017, larguei minha vida antiga para recomeçar uma nova, em outro estado, junto a uma mulher louca o suficiente para me acompanhar nessa jornada (loucura essa que merece todo meu amor). Trabalho como ilustrador em tempo integral desde então.
4) Que dica você acha que faria a diferença na carreira dos novatos? Sabe aquele conselho que o seu eu de hoje daria ao seu eu do passado?
Quem planeja ser um artista profissional, já deve saber o que o espera: um mercado extremamente exigente que muitas vezes não oferece a segurança financeira que sonhamos e que, além disso, está saturado de profissionais. Mas, para os artistas mais competentes, não falta trabalho nem dinheiro. Quase invariavelmente estes profissionais consagrados são os mesmos que vão dizer: para viverem como artistas, deverão estudar e treinar muito! Repito: muito! Partindo daí, quero dar dois conselhos que considero pertinentes. Primeiro, como estudar de forma eficiente. Nosso trabalho é intelectual e também prático. Assistir a um vídeo no YouTube sobre um processo de pintura, cores, composição pictórica e tudo mais não ajudará em nada se não for colocado em prática imediatamente. Não deixe para depois, faça um trabalho aplicando o que aprendeu. Reserve um tempo em sua rotina para esse fim. Segundo, é importante cuidar da saúde (principalmente da coluna). Você provavelmente vai trabalhar como freelancer, sem direito a férias e demais benefícios. Trabalhará sentado por horas a fio e, se não se precaver, terá um modo de vida sedentário que é péssimo para a coluna. Eu recebi e subestimei este conselho por mais tempo do que deveria. Não há nada mais frustrante do que não conseguir trabalhar porque sua coluna dói e consequentemente ganhar menos dinheiro no final do mês. Repito, cuidem da saúde de vocês (com atenção especial à postura).
5) Deixe seus contatos, portfólios e quaisquer agradecimentos.
Agradeço a todas as pessoas que me incentivaram a seguir esse meu caminho como artista. Houveram muitos momentos em que recusei o “chamado da aventura”, por assim dizer, mas encontrei mentores nos lugares e situações mais inusitadas, que me prepararam para encarar os desafios da vida que escolhi com sabedoria e coragem. Disponho de companheiros formidáveis, e por isso me considero uma pessoa de sorte!
Meu portfólio pode ser encontrado em https://bfhasselmann.artstation.com/. Compartilho muitos de meus trabalhos e planos em https://www.facebook.com/bfhasselmann.
Uso meu e-mail bfhasselmann@gmail.com como principal forma de contato com clientes.
Por fim, possuo uma campanha no Patreon (https://www.patreon.com/bfhasselmann) que financia minha criação de personagens para jogos de tabuleiro virtuais.
Uma amostra grátis destes personagens pode ser encontrada em: https://drive.google.com/drive/folders/1ipMAcHRjyU6JAtWMK9PXfZv2lbdRqvv1.
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