Essa semana foi anunciada a segunda edição do Dragão Véio, agora escrita pelo Mr.Pop e Rafael Beltrame. Como sou fã desse jogo, minha expectativa foi às alturas! E hoje finalmente a Buró lançou o primeiro módulo do playtest.

Você vai ler abaixo as primeiras impressões que tive sobre esse material após uma leitura rápida. Não está aprofundada e só comentei o que mais me chamou a atenção, mas rolou uma live irada com o Mr.Pop falando mais do jogo na twitch do nosso Cérebro do Jarro, Felipe Gomes.

Confira a live com o Mr.Pop, falando do jogo e tirando dúvidas.

O novo Dragão Velho

Já começo com um spoiler: eu gostei de tudo! Bom, de quase tudo (explico no final). O Old Dragon Edição Aprimorada, vulgo ODA, tinha muitas pitadas de terceira edição – e acabou afastando parte do pessoal daqui da GDM do jogo. Mas isso deve se reverter com a segunda edição. O playtest veio com tudo e mostrou que a maior parte do que mudou, mudou pra melhor.

O jogo manteve a pegada bem old school. A quantidade de subsistemas não se alterou significativamente, e o playtest, para o bem ou para o mal, não mexeu nas vacas sagradas (magia vanciana, estou falando de você). Old Dragon 2 está se afastando da terceira edição do D&D e tentando voltar às origens.

E vai voltar em grande estilo!

Raças e atributos

Os atributos foram simplificados e agora os bônus estão menos frequentes. Entre 9 e 12 nada muda nos modificadores usados em testes, mas temos variedade nos idiomas, magias extras, talentos de ladino e seguidores (que ficou bem legal!) Ah! Os testes ainda são Roll under.

Elfos não passam de d8 de vida por serem franzinos e os anões tem redutor no modificador de sabedoria (clerigos anões vão penar)

Outra mudança que gostei muito foi o fato das raças alterarem modificadores de atributo, mas não o atributo em si. O único jogo que eu conheço que faz isso é o Rolemaster (comenta ai se tu conhece outro). Dessa forma, um humano com Força 14 e um elfo com Força 14 não têm o mesmo valor de ajuste e isso é sensacional! Cada raça tem sua própria identidade na mecânica dos atributos. Por enquanto apenas humanos e anões alteram os modificadores de atributos, as outras raças ganham outras vantagens.

Folha da frente da ficha do Playtest

Especializações

Um dos assuntos que sempre rendeu debate foram as especializações. Agora o jogador pode escolher uma no primeiro nível (em qualquer nível na verdade, como vimos na live). Cada especialização concede 5 poderes ao longo da evolução do personagem. Elas oferecem benefícios, mas também cobram seu preço. Um deles é em XP! Personagens especialistas utilizam uma tabela de XP diferenciada, o que torna sua evolução mais lenta. Outro ponto é que especialistas não recebem seguidores e no OD2 você tem seguidor pra caceta! Isso vai fazer mais sentido com as regras de feudos e guerras do companion.

Depois da nossa live o Pop disse que vai rever com o Beltrame os seguidores das especializações, pois tribos de bárbaros e circulos druídicos cairiam bem

Spoiler do companion

Na nossa live o Pop nos revelou em primeira mão que haverão especializações para criar personagens multiclasses e aventureiros raiz de cada raça, pra galera que curte elfo como raça. Dai você é um elfo especialista em ser elfo! Tá, não é isso, mas a ideia é emular o BX que fundia classe e raça.

Essas especializações podem funcionam bem. O Pep criou várias assim na extinta OD Wiki, que aliás deve voltar também!

Talentos de ladrão para todos (x em 6)

Não sou muito fã desse sistema, mas também não chega a me incomodar. OD2 foi beber lá na fonte do B/X nesse quesito. Em comparação com o ODA, isso universaliza muitos subsistemas e torna o jogo mais fácil. Realmente, era meio chato ter que consultar o livro pra lembrar quando era chance em 8, chance em 10 ou chance em 6. Essa mudança veio pra melhor. Muito melhor!

Seu guerreiro poderá andar furtivo e seu mago poderá achar armadilhas, basta rolar seu d6 e tirar 1. Ladrões tem mais chances e elas evoluem ao longo do jogo.

Nova regra para carga

OD2 trouxe uma regra simples e elegante pra contabilizar o peso que seu personagem carrega e como isso o afeta. Fundamental para campanhas onde a administração de recursos é importante e carregar muito tesouro pode fazer com que um monstro alcance o aventureiro e torne a sua carreira bem curta. O resultado final foi um acerto crítico da editora.

A carga fica assim: as armas pequenas 1, médias 2 e grandes 3. Armaduras somam o valor de CA e itens somam 1 por kg. Moedas somam 1 a cada 100 carregadas sem importar seu tipo

Combate por fases

O combate ficou bem legal. Surpresa foi reduzia a uma chance de 1 em 6, mas monstros mais furtivos vão modificar isso. A iniciativa agora é um teste de destreza e a sequencia de ação é dividida entre 3 grupos: Os PJ que passaram no teste, os inimigos e os PJ que falharam no teste.

Outra coisa que eu gosto muito e que existe em jogos como o Rolemaster (de novo) e Advanced Fighting Fantasy é o combate por fases. Vai lembrar board game para alguns, mas isso deixa o jogo mais organizado e fluído. Cada ação tem seu momento para acontecer no turno. Foi outro 20 que a Buró rolou.

FaseAções permitidas
1Manobra: São movimentos, fugas e corridas para ataque em carga
2Ataque à distância: Arqueiros sempre ligeiros!
3Magia: Os conjuradores vêm logo em seguida
4Corpo-a-corpo: A galera da porradaria vem por último
5Fim: Aplicação de efeitos, condições, magias e testes de moral.

Fichas dos monstros sucintas

Convenhamos, boa parte das informações das fichas de monstros são pouco usadas. Quando tive a oportunidade de ver o livro dos monstros do D&D 5ª edição até me deu preguiça de fichas de criaturas poderosas. Pouco prático para usar em mesa. OD2 têm toda a informação necessária em poucas linhas, e é isso aí. Apenas a informação necessária. E isso basta.

Monstros não tem mais atributos! Graças a deus! E o tesouro não é mais associado aos seus pontos de vida ou outra coisa assim. Temos as boas e velhas tabelas de tesouros de covil também!

Eis uma ficha de exemplo

Vantagem e desvantagem

Para mim, A única bola fora desse playtest foi a decisão de usar o sistema de vantagens e desvantagens famoso da 5ª edição do D&D. Role 2d20 e pegue o maior ou menor, dependendo da circunstância. Compreendo que é fácil de entender e é um método rápido, mas não granula as dificuldades ou facilidades envolvidas. Um personagem estar em uma situação ruim ou muito ruim acaba sendo a mesma coisa. Senti falta de mais detalhamento nesse sentido.

Uma tabela com modificadores numéricos seria bem melhor, pois eu sou um velho que gosta de Rolemaster e quanto mais tabelas, melhor!

XP por ouro!!!!

Agora temos ganho de XP por tesouros. Cada moeda de ouro vale 1 de XP, o que por si só já acelera a evolução dos personagens. Além disso, o Mr.Pop disse que a tabela agressiva com milhoes de XP está datada e para jogos mais modernos não caem bem, por isso a curva de xp foi achatada também. Prevejo que a evolução vai ser mais rápida ao longo da campanha.

Quer jogar?

O playtest está disponível no site da Buró. Basta fazer a inscrição e você vai receber o material para testar e um link para o formulário de feedback no seu e-mail. O endereço é: https://www.burobrasil.com/news_od2/.

E você o que achou?
Deixa ai nos comentários a sua opinião e vamos que vamos!


Publicidade