Saudações meus amigos roladores de dados!
Hoje vos trago uma breve análise sobre Araruama – As Verdades do Turunã, de Ian Fraser e David Dornelles. Uma aventura de 1º ao 3º nível para Old Dragon baseada na mitologia indígena.
“Nascer um guariní não é uma dádiva, é uma promessa
Uma promessa que só se torna realidade no término do ritual do Turunã, um rito de passagem que testa a força e a dedicação de todos os mitanguariní.
Aves imensas cortam os céus, feras famintas se escondem nas sombras de Cajaty e os anhanguera suspiram mentiras e morte em todos os cantos.
Apenas os mais fortes sobrevivem
Apenas os mais fortes se tornam guariní.”
Este livreto foi parte do financiamento coletivo do livro Araruama – O Livro das Sementes e de autoria do Ian Fraser.
A versão impressa apresenta em seu verso o selo “versão alpha”, nos informando que o produto não foi testado e está sujeito a mudanças.
O livreto traz cerca de 45 páginas, é capa mole (infelizmente a impressão não valorizou a imagem da capa) e ao final do livro temos para xerocar ou recortar um novo modelo de ficha para Old Dragon, bem como personagens prontos para utilizar na aventura.
Temos vários trocadalhos do carilho em nomenclaturas e que pode gerar boas risadas aos familiarizados nas terminologias que originaram as adaptações poéticas.
A primeira parte do livreto elucida para os não familiarizados o que é RPG e traz alguns conceitos básicos. Também nos apresenta nomenclaturas que surgirão durante toda a leitura e são comuns aos personagens presentes na história. Com rápidas e belas adaptações sobre os conceitos de personagens do Old Dragon, já é possível enxergar com novos olhos as classes consagradas, já que aqui temos: o guerreiro, o caçador e o curandeiro (as contrapartidas indígenas ao homem de armas, ladrão e clérigo).
Temos também um breve bestiário ao fim da aventura que traz criaturas descritas na aventura, novas magias e uma pequena tabela de armas.
A aventura se inicia em um ritual, com uma excelente descrição do que será apresentado durante o jogo. As descrições para o mestre ler para o grupo são excelentes, ajudam bastante a caracterizar e evocar o clima necessário para a sessão de jogo. Com a trilha sonora certa…você achará que está na mata.
De simples enredo, os personagens devem atravessar uma mata durante uma provação. Sim, é isso.
A diferença está nos encontros com a mata, típicos do folclore brasileiro, e no encontro com os anhangueras (uma espécie de corrupção que afeta o cenário e a conduta de criaturas de diversas formas).
A aventura segue no formato railroad, ainda que apresente pequenos leques de opção no decorrer do jogo.
Com poucas, mas belas ilustrações, é fácil evocar à imaginação o clima de fantasia indígena.
Infelizmente, devido a ser um produto não testado em mesa de jogo, acredito que as cenas finais ficaram sem a emoção que se espera. Talvez um combate esteja mais fácil do que gosto de utilizar em minhas mesas ou a construção que foi criada durante a história se perca. Mas nada que não possa ser corrigido em uma versão final do produto.
O principal ponto é: pelo menos o mestre deve ler o Livro das Sementes antes de propor jogar esta aventura. É difícil evocar uma mitologia que está presente durante todo o tempo dentro de jogo sem ter nenhum conhecimento da simbologia por trás. Talvez uma melhor composição das páginas iniciais ajudaria ao produto ser utilizado entre as pessoas que não possuem o Araruama.
Se tratando de um produto alfa, está praticamente ausente de problemas. Uma bela diagramação, texto fluido e divertido. Algo fantástico para ser utilizado com crianças e/ou aulas de história.
Espero que com o feedback dos leitores, uma versão ampliada surja e traga a experiência que essa aventura é capaz de passar em seu total potencial.
D’O Cérebro no Jarro
26/12/2017 at 6:07 am
Gostei muito da resenha, financeiro o arstuamas mas não sabiabwueba versão alpha era com Old Dragon, senão teria pego. Esse material está disponível?